terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Tempo novo exige um coração novo.



As estações da natureza nos ensinam a reconciliar em nosso coração o tempo dos mistérios que abraçam nossa fé. Advento é o tempo da espera. Ainda não é Natal, mas antecipa a alegria desta festa. Na sobriedade que este tempo litúrgico exige, vamos tecendo a colcha das alegrias do Cristo que vem ao nosso encontro.
Esperar é uma alegria antecipada de algo que ainda não chegou.
A natureza cumpre o ritual das estações para que cada tempo seja único. Os casais apaixonados esperam o momento do encontro. As famílias organizam a casa no cuidado da espera dos parentes que vão chegar. Esperar é uma metáfora do cotidiano da vida. No contexto do Advento, a espera ganha tonalidades alegres e sóbrias. 
No tempo da espera, o tempo do cuidado na vida espiritual. Chegando ao final de mais um ano, muitos corações se encontram totalmente bagunçados. Raivas armazenadas nos potes da prepotência, mágoas guardadas nas gavetas do rancor, amizades sendo consumidas pelo micro-ondas da inveja, tristezas crescendo no jardim da infelicidade, violência sendo gerada no silêncio do coração. 
Enquanto as lojas fazem o balanço, somos convidados a fazer o balanço de nossa situação emocional. No balancete da vida, o amor deve sempre ser o saldo positivo que nos impulsiona a sermos mais humanos a cada dia.
Casa mal arrumada não é local adequado para receber quem nos visita. Coração bagunçado dificilmente tem espaço para acolher quem chega.
No Advento da Vida, as estações do coração se tornam tempo propício para limpar os quartos da alma à espera do Cristo que vem. Se o jardim do coração estiver sendo cuidado, as sementes da esperança irão germinar no tempo que lhes cabe e o Amor irá nascer nas alegrias da chegada.
Neste tempo do advento, a faxina da espera deve remover as teias de aranha dos sentimentos que estacionaram em nossa alma. 


Tempo novo exige um coração novo. 

                                                                                                (Padre Flávio Silvério - Canção Nova) 

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